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Santarém dia 10 de Junho de 2015

Coube-me a mim a honra de escrever a crónica desta corrida a pedido do nosso Cabo Diogo Sepúlveda, mas antes desta cronica, não quero deixar passar a oportunidade de vos poder dizer a todos o prazer, a honra, a alegria e a tristeza (de não estar fardado convosco) com que dirigi a corrida comemorativa do Centenário do nosso Grupo.

 

Como todos sabem, com as funções que ocupo de momento na Tauromaquia de Director de Corrida, não me foi possível fardar pelo nosso Grupo, quando decidi abraçar este projecto e  estas funções foi umas das condições imposta pelo IGAC, abandonar por completo a minha ligação interventiva na festa brava, fosse por que razão fosse e qualquer que fosse a ligação à festa brava. Nestas condições e porque queria fazer parte activa das comemorações do Centenário do nosso Grupo, a única forma era dirigir a Corrida do dia 6 de Junho de 2015, assim foi, lá estava eu sentado no lugar de Director de Corrida.

 

Uma Corrida especial de dirigir, não só pela efeméride dos primeiros 100 anos de vida do nosso Grupo, como pelo ambiente que se criou e viveu nesse dia, ver todos aqueles Forcados fardados, mais velhos, do meu tempo, das gerações depois de mim e actuais, ver pegas extraordinárias, quer a do nosso querido Cabo Diogo Sepúlveda, quer todas as outras e principalmente as pegas dos já retirados que pegaram, muitos deles que eu outrora em tantas pegas ajudei, encheram-me as medidas e principalmente encheram-me de orgulho e de honra de um dia ter vestido a mesma Jaqueta que eles.

 

Não posso esconder que houve 3 momentos especiais na corrida e esses momentos vou descrevê-los:

 

O 1º momento foi a entrada do nosso Grupo em praça, estar em frente aquela moldura humana que preenchia por completo a arena da praça de Santarém, tenho que confessar que fiquei arrepiado dos pés à cabeça, foi um momento muito difícil de me conter.

 

O 2º momento foi no final das cortesias, o cumprimentar todos, mas principalmente o cumprimentar dos Cabos, não me esqueço do olhar do Gonçalo da Cunha Ferreira a quem entreguei a minha Jaqueta, sem esboçar uma palavra mas com um brilho enorme nos olhos, disse-me, o teu lugar hoje é cá em baixo connosco e não aí em cima, o gesto do Tio João Franco que me atirou o Barrete dele para eu ter um Barrete comigo enquanto dirigia a Corrida, acreditem que foi difícil e não me consegui conter.

 

O 3º momento foi obviamente a pega do meu irmão Tó, desde já peço desculpa a todos os que pegaram e que as pegas foram todas extraordinárias, mas o motivo, o brinde e depois daquele pegão a fechar praça com chave de ouro, o ambiente que se viveu ali na praça, penso que não fui o único a me comover, penso que muitos mais ficaram tão comovidos quanto eu e em muitos apareceu uma lágrima no canto do olho, a mim apareceu mais que uma.

 

A todos os que me ligaram e me mandaram mensagens no dia seguinte à corrida a cumprimentar e a dar os parabéns pela direcção de corrida  o meu muito obrigado e até dia 23 de Julho no Campo Pequeno.

 

Vamos então à corrida de hoje, que foi uma corrida muito agradável de se ver, nem só as figuras de 1ª é que sabem tourear, penso que hoje vimos algumas lides bastante boas e um curro de Toiros sério que se deixou tourear, penso que se o 1º da ordem se tivesse ficado no campo não se perdia nada. Toiro esse que coube em sorte ao João Brito (Pauleta), Toiro duro e com uma investida muito curta, o João teve que lhe bater o pé a cerca de 1 metro da cara, o que lhe dificultou muito a reunião, sem espaço e tempo para recuar o 1º derrote foi fortíssimo e depois retirando a cara de alto a baixo não dando hipótese do João lá ficar. Na 2ª tentativa e praticamente com o Toiro pegado faltou aquilo que nós muitas vezes dizemos na nossa gíria, faltou ali uma mãozinha de Deus para o João lá ficar, seria uma pega extraordinária e de por a praça em pé. A 3ª tentativa concretizou-se a pega  já com o Quintela e as 2ªs ajudas mais carregadas, pega dura e de grau de dificuldade muito elevada devido às características do Toiro.

 

O 3º da ordem foi pegado pelo Luisinho Sepúlveda, (aquele matulão que continua a ser o Luisinho) esteve enorme com o Toiro, a calma com que lidou com os estranhos que o Toiro lhe fez no momento da reunião foram preponderantes para a pega se ter concretizado à 1ª tentativa e de forma brilhante, foi um Toiro que empurrou até às tábuas e deu a volta, voltando quase ao meio da praça com o Grupo a fechar bem e a ajudar de uma forma extraordinária. Esta pega foi também especial pelo seu brinde à memória do Sr. Eng. António Paím, antigo membro do nosso Grupo.

 

O 5º Toiro e ultimo do nosso lote foi pegado de Cernelha pelo Lopo Lopo de Carvalho e pelo David Romão, estiveram enormes na forma como entraram ao Toiro, um Toiro que revelava um sentido enorme e que estava com muitas dificuldades em encabrestar, sempre com a cabeça de fora à procura de algo e fazendo uma ou duas arrancadas aos forcados. Os dois num momento único entraram decididos e ao mesmo tempo no Toiro, foi extraordinário, pena que o Toiro se tenha acobardado e não tenha correspondido para a pega ter mais brilho e arrecadar o prémio, pois tecnicamente foi perfeita. De salientar o brinde desta pega ao Joaquim Pedro Torres e Carlos Empis, também eles uma dupla de cernelheiros que em outros tempos muitas alegrias nos deram  e muitas praças puseram em pé a aplaudir as suas cernelhas e o nosso Grupo

 

A todos o meu muito obrigado pela excelente tarde de Toiros no vosso convívio e pelo GRUPO DE SANTARÉM VENHA VINHO, VENHA VINHO, VENHA VINHO.

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