Foi com orgulho e satisfação que recebi o convite do João para escrever a crónica da corrida realizada no passado dia 15 de agosto, nas Caldas da Rainha onde, e como é tradição, esteve presente o Grupo de Forcados Amadores de Santarém. O GFA Santarém tem uma ligação com a cidade de Caldas da Rainha, não só porque tem pegado durante muitos anos a tradicional corrida do 15 de agosto, mas também porque têm feito parte do GFA Santarém, elementos oriundos desta cidade (Concelho). Já lá vão uns anos, mais concretamente 30 anos que me fardei pela última vez. Foi um período da minha vida que muito me honra e orgulha. Cruzei-me com pessoas que vão fazer parte do meu “universo” enquanto individuo para sempre. Assimilamos princípios e valores, partilhamos dificuldades e sucessos, angustias e alegrias, – tudo isso nos torna mais fortes e honrados. É uma herança que passa de geração em geração há 104 anos. Para mim foi uma honra e um orgulho ter vestido a jaqueta do GFA Santarém. Não vou fazer uma apreciação técnica das pegas, não tenho essa proficiência, mas faço uma descrição do que vi: Em praça os cavaleiros António Ribeiro Telles, Filipe Gonçalves e Francisco Palha. Frente a touros da ganadaria Vale do Sorraia, pegaram os forcados amadores de Santarém e Caldas da Rainha. Surgiu mais uma vez a oportunidade para alguns mais novos se fardarem e poderem manter acesas as esperanças de darem mais um passo na tão aguardada caminhada para Forcado. O primeiro toiro foi para o Salvador Ribeiro de Almeida, forcado com alguns toiros pegados, mas que nesta tarde as coisas não lhe saíram bem. Via-se no seu rosto a preocupação - “não tem vindo a correr bem, mas agora tem mesmo que correr bem”. O toiro não apresentava dificuldades de maior, na primeira e segunda tentativa o Salvador esteve bem a citar, mas o momento da reunião não foi a melhor devia ter “alegrado” mais o toiro, à terceira tentativa consentiu bem o toiro e fechou-se para não mais sair, com o grupo a ajudar bem. Força Salvador, vais corrigir esses pormenores e vais continuar a dar muitos êxitos ao GFA Santarém. Segundo toiro foi dado ao Joaquim Grave, jovem forcado a dar os primeiros passos na arte de pegar touros. De estatura média, robusto, com uma expressão de serenidade e autocontrolo, brindou a pega ao tio Alberto Fonseca, antigo elemento do Grupo de Forcados Amadores de Santarém que comemorava 89 anos de vida. Estético no cite, passos cadenciados a mandar no toiro, a investida foi violenta, não tendo conseguido fechar-se bem de pernas e com o toiro a entrar “áspero”, saiu já nas “tábuas”. À segunda tentativa manteve a mesma serenidade e controlo indo para o touro com decisão, provocou a arrancada do toiro, recebeu bem e fechou-se de braços e pernas com vontade de lá ficar. O grupo a ajudar com todos no lugar. Em minha opinião foi a melhor pega da tarde. Terceiro toiro: foi para a cara o António Queiroz e Melo. Forcado jovem a dar também os primeiros passos sabendo o quanto é difícil conquistar um lugar no Grupo, o António estava um pouco ansioso, o que é normal, as coisas tinham mesmo que correr bem para “agarrar um lugar”. Tudo correu bem. O toiro não apresentava dificuldades, e o António esteve bem no cite e a mandar, recebeu bem o toiro e fechou-se de pernas e braços à barbela. O Grupo ajudou de forma exemplar. Pelo Grupo de Forcados Amadores de Caldas da Rainha, pegaram: António Cunha (1ª tentativa); Lourenço Palha (1ª tentativa); Francisco Esteves (1ª tentativa). Um agradecimento final ao João que, ao sugerir-me escrever esta crónica, me fez recordar com alguma nostalgia momentos da minha vida, passada com o nosso Grupo. Pelo Grupo de Forcados Amadores de Santarém, Venha Vinho! Venha vinho! Venha vinho! Toze Horta
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