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Hora de lavar os cestos de 2019!

Estive antes da corrida de Évora a almoçar no Vimieiro em casa do Pico Neto Rebelo com muitos outros amigos do Grupo de Santarém, e houve também outro belo almoço deste tipo em Évora na casa do António Grave de Jesus. Todas as desculpas são boas para juntarmos a família e os nossos amigos, e melhor ainda se pudermos depois ir ver o nosso Grupo pegar.

Conto aqui uma conversa engraçada que tive á borda da piscina com o Manuel, filho de 12 anos do Pico.

- Ó Manuel, quando é que vais para o Grupo de Santarém??
- O meu pai ainda não me deixou! Eu gostava, mas dizem que ir para o Grupo é difícil. Ainda por cima eu moro em Cascais…
- Olha tens razão, para alguns é difícil e para outros até impossível, mas para ti é facílimo. Quando entrares, tu e os teus amigos só têm de continuar a ter esta alegria e usar os mesmos princípios que aprenderam com as vossas famílias.  Quanto a Santarém, é a nossa cidade que adoramos e queremos representar dignamente mas o nosso Grupo tem forcados de todo o país!

E lá fomos nós para Évora. Uma praça que com Santarém e Lisboa completa o pódio das praças mais importantes para o Grupo. Uma praça que há mais de 100 anos nos dá tanto e a quem sempre retribuímos com alegria, sangue e paixão.

Complementa esta relação, as raízes familiares que tantos de nós que estamos no Grupo temos com Évora. A família Grave é talvez o expoente máximo do que digo, com três gerações de forcados únicos, dois Cabos de exepção e que tem em sua casa a ganadaria Nacional mais emblemática .

Este ano que a ganadaria Grave cumpre 75 anos, o Grupo de Santarém TINHA de estar presente em praça na corrida do São Pedro, nunca me passou pela cabeça que não pegássemos essa corrida, mas que raio, claro que foi distração, as empresas não podem pensar em tudo!

Na corrida fui a convite do João Grave para a trincheira, na companhia dos cabos do Grupo do Futuro (que em 2020 cumpre 50 anos!) Lopo e Pedro Seabra.

Nas pegas tivemos uma noite importante com toiros de qualidade, com muito trapío e a pedir respeito.

Brindámos ao público de Évora, à Sra. Maria Antónia mulher do grande Sr. José Barradas e á Guigui Grave e Nuno Campelo que se tornaram noivos neste dia!

O Francisco Almada Graciosa é um forcado do GFAS normalíssimo. Categoria a pegar, admirado pelos seus amigos, relacionamento fácil com os mais velhos, espírito de ajuda sendo um exemplo e referência para os mais novos e acima de tudo de uma simplicidade absoluta. Conseguiu também que ontem eu pensasse a seguinte parvoíce “...é pena, estava aqui grupo e forcado para muito, muito mais.. o touro devia ter apertado mais...”

O Salvador Ribeiro de Almeida vai seguramente aproveitar o fim da temporada da melhor forma. Acho que já pegou mais de 10 toiros e precisa de dar o click. Esta praça ... a qualidade do touro que lhe deram... Precisa de ganhar a tranquilidade necessária para se assumir como um forcado importante do Grupo e tirar o máximo partido de cada pega. Ver pegas dos seus forcados de referência, aprender a andar com calma em praça e não desperdiçar oportunidades como esta. Pegar á 2ª não é um problema, a pega que eu mais gostei ontem até foi á 3ª...

É óptimo hoje em dia os forcados tratarem mais da preparação física do que se fazia antes, mas nunca esqueçam que na cabeça e no coração estão os músculos mais importantes para pegar no Grupo de Santarém

Na pega do António Goes senti-me em casa! Toiro Teixeira de 600 kg “a assoprar”, a crescer a cada ferro, e o nosso cabo a fazer contas das cartas que ia jogar. Um toiro para calar qualquer praça e a exigir o máximo do Grupo.

Logo nos primeiros ferros curtos o Emerson disse ao João que queria dar a primeira ajuda e a forma como todos estavam a ajudar na corrida mostrou que estávamos sobrados de qualidade nesta categoria.

Adorei as 3 tentativas do António. A forma como saltou para a praça e andou para o toiro, mostrou logo a quem sabe ver que o toiro estava pegado.

Mesmo depois de diminuído na 1ª tentativa (ficando com o braço direito inactivo) a única trincheira para onde olhou foi a que estava atrás do (enorme) toiro que ia pegar. Esta tentativa foi ao nível da pega que o Grupo fez em Lisboa no centenário e que um derrote para baixo (que lhe terá feito a lesão que referi), impediu de ser a pega da noite para o público, porque para mim foi mesmo a melhor!

Regressei sozinho a guiar para Lisboa a pensar numa hipotética nova conversa com o meu novo amigo Manuel que vi durante toda a corrida a mandar camisolas enroladas, pendurado com dezenas de amigos na barreira avidamente a absorver o clima do Grupo que subia da trincheira (alguém se revê nisto ??...)

- Que bela corrida!
Pois foi Manuel! Temos muita sorte pois vemos que pertencemos ao Grupo com mais história e que ao mesmo tempo é o Grupo com mais Futuro em Portugal
Também acho! Mas.... desculpe, os seus comentários mostram um bocado de rezinguiçe e mau feitio... também é normal...deve ser da idade... com mais de 100 anos...

Um abraço

Filipe Sepúlveda

Em baixo pega de Filipe Sepúlveda ao 5º toiro da Corrida do S. Pedro realizada em Évora, no dia 29 de Junho de 1994, onde a ganadaria Grave comemorava os seus 50 anos.

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