No passado dia 15 de Setembro o Grupo de Santarém regressou à castiça praça de Vila Viçosa para mais uma tradicional corrida de Domingo inserida nas Festas dos Capuchos. Esta tem sido uma corrida com pouca regularidade nos últimos anos devido à carência de público, no entanto este ano, com empresa nova e praça cuidada a rigor, notou-se uma afluência de público acima da média. O cartel era composto por Luís Rouxinol Jr., António Telles filho e Francisco Cortes. Para as pegas os Forcados Amadores de Santarém e São Manços, com a ganadaria Fernandes de Castro. Touros que se deixaram lidar a cavalo sem grandes problemas, mas que para as pegas foram sérios e sem permitirem erros. Para o primeiro touro da corrida, o nosso cabo escolheu o jovem Miguel Fernandes. Dirigiu-me um brinde emotivo, o qual agradeço e me enche de orgulho. Obrigado Miguel. Na primeira tentativa andou para o touro com calma, talvez um pouco perdido em praça fruto da sua inexperiência, no entanto carregou bem o touro e este arrancou pronto. Estes touros não permitem erros e o momento da reunião não foi perfeito e, embora tenha feito a viagem até aos ajudas, já vinha descomposto e acabou por não conseguir ficar. Na segunda tentativa andou da mesma forma para o touro embora este tenha “aprendido” como lhe fazer mal e a reunião não resultou novamente. Na terceira tentativa, ainda a recuperar do derrote que sofrera, agarrou o barrete, cerrou os dentes e andou para o touro com os ajudas mais carregados e a pega acabou por ser consumada. De destacar uma boa primeira ajuda do Tiago Cesteiro, que acabou por se lesionar, e uma grande segunda ajuda do Francisco Lopes. Para o terceiro touro foi cara um forcado que, na minha opinião, está na sua melhor forma e tem uma total noção dos terrenos que pisa em praça: Salvador Ribeiro de Almeida. Calhou-lhe um touro que adivinhava apresentar algumas dificuldades em arrancar, que se demonstrou reservado na lide e, como se diz na gíria, era uma “carta fechada”. O Salvador ao ver o que ali estava, prontamente agarrou no barrete e ofereceu-se para pegar o touro, e o cabo aproveitou a sua disponibilidade. O Salvador citou o touro, calmo e bonito, como mandam as regras, e o touro tal como se previa não arrancou e houve necessidade de mudar de terrenos. O Salvador voltou a formar e fez tudo bem feito novamente e a pega resultou de forma eficaz à primeira tentativa, embora pouco vistosa porque o touro não rompeu. De realçar uma pronta e eficaz primeira ajuda do Francisco Lopes, que vem cada vez mais assumindo um lugar importante nos ajudas. Para o quinto touro da tarde, terceiro do nosso lote, foi escolhido o nosso Francisco Cabaço, que tem feito uma época na minha opinião perfeita, que nos dá muita tranquilidade em praça e que vai ficar na memória de muitos aficionados. Desta vez estreou-se na arte da pega de cernelha, juntamente com o nosso Valério, rabejador que evolui de pega para pega e que vai transmitindo muita confiança ao grupo e ao cabo. Não tinha porque não resultar esta sorte e assim foi. A parelha entrou em praça, ainda que no início um pouco longe e perdidos nos terrenos. O touro ia encabrestando devido ao excelente trabalho dos campinos, no entanto nunca encabrestava completamente e ia sempre mostrando algum sentido nos forcados. O Francisco teve de entrar ao touro destapado e por trás, no entanto aguentou-se, com toda a valentia, e consumaram a cernelha que levantou a praça. Que grande pega, muitos parabéns Francisco e Valério. Vocês são a prova de que quando há esforço, entrega e dedicação, as coisas acontecem. Dividiu cartel connosco o Grupo de Forcados Amadores de São Manços que pegaram dois touros à segunda tentativa e uma boa pega à primeira tentativa. Muitos parabéns. Em disputa estava o prémio para a melhor pega, que foi entregue à cernelha do Francisco e do Valério. Muitos parabéns! Encerramos da melhor maneira a nossa 109ª época, que embora com poucas corridas, foi das mais memoráveis por todo o desempenho do grupo, e também por ser aquela em que me despedi após 19 anos e 20 épocas. Assistir a uma corrida pela primeira vez enquanto forcado não ativo, e na trincheira, traz sentimentos agridoces. No entanto, farei sempre tudo pelo meu Grupo, e terão sempre aqui um amigo. Por todos vós e pelo nosso Grupo de Santarém, Venha vinho, Venha vinho, Venha vinho! José Fialho 
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