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O Grupo de Forcados Amadores de Santarém tem para mim uma importância muito especial. Apercebi-me da sua existência ainda em criança e de então para cá começou a fazer parte da minha vida.

Fui crescendo e desde sempre achei que fazia parte desta grande família. Aprendi a amá-la, a respeitá-la e a sentir-me orgulhosa de lhe pertencer. E mesmo quando, pelas circunstâncias da vida, não o pude acompanhar tão de perto, fiz no entanto questão de, em todas as ocasiões importantes do Grupo estar presente, mesmo que por vezes, misturada no público anónimo.

Devem calcular portanto, como me senti, quando em 1987, após o falecimento da Maria Helena Fragoso, a primeira Madrinha do Grupo, o Carlos Grave, então cabo, me convidou para ocupar o lugar deixado pela Maria Helena!

Senti uma alegria enorme, mas também uma grande responsabilidade, não pelo lugar em si, mas por suceder a uma pessoa que nasceu para ser Madrinha do Grupo e toda a sua vida o tinha sido com tanto amor.

Mas já que ambas não tivemos hipóteses, nem o privilégio de vestir a jaqueta das ramagens, coube-nos a honra de sermos Madrinhas do mais antigo e conceituado Grupo de Forcados do país que, devido à sua longevidade e à sua postura, já faz parte da nossa História.

O Grupo de Santarém continua a ser um exemplo dentro e fora das Praças e tem mantido bem vivo este espírito de família, este clima de amizade, onde perduram os mesmos valores que sempre o nortearam.

Os forcados que o constituíram e constituem, foram e continuam a ser Forcados de mão cheia, que se batem pelos seus ideais e pela sua jaqueta.

Não é por acaso que à volta deste Grupo há uma mística que se tem mantido e se deverá manter, tornando-o diferente de todos os outros. É que o Grupo tem sabido perpetuar em todas as épocas o seu nome e a sua fama, devida não só aos seus valores individuais, mas principalmente à hegemonia do conjunto. E o facto dos filhos seguirem muitas vezes os passos dos pais, tornam-no ainda mais unido e coeso.

Há, no entanto, outro factor muito importante: os seus cabos. Todos eles, sem excepção, souberam e têm sabido conduzir o Grupo a um lugar de destaque que hoje ocupa. Pois o facto de sempre se terem mantido fiéis aos seus princípios, não abdicando da sua dignidade de forcado amador, tem feito com que os empresários ainda hoje, lhe tirem o chapéu!

Ninguém tem dúvidas certamente, no mundo dos toiros, que este Grupo contribuiu para o engrandecimento da tauromaquia em Portugal, além de ter sido e ainda ser, uma escola que formou Homens e continua a formar, aptos a enfrentarem as agruras da vida de cabeça erguida, sem se deixarem vencer!

É a este Grupo, que eu me orgulho de pertencer desde a 1ª geração, a quem presto homenagem e me faz sentir orgulhosa e emocionada, ao ver estes jovens envergar com tanta galhardia, bravura e dignidade, a jaqueta que tantos outros já envergaram e que certamente também já sentiram o mesmo.

Que Deus me permita assistir por mais alguns anos aos seus êxitos e glórias, num clima de amizade, próprio das pessoas que se querem bem!