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"O Grupo de Santarém mudou a minha vida." - Maria da Conceição Cabral

Não vesti a jaqueta do Grupo de Santarém, mas resolvi participar no vosso desafio em como "o Grupo de Santarém mudou a minha vida." 

Quando nasci, o meu pai ainda pertencia ao Grupo, do qual se despediu já eu tinha oito anos, portanto comecei desde muito pequena a viver no meio desta grande família, acompanhando o meu pai. E assim continuei ao longo da minha juventude, tentando sempre ir às corridas em que o Grupo participava para o apoiar.

Mas nessa altura, era só mais uma espectadora de bancada, a torcer pelo seu bom desempenho e desafiando qualquer um que se atrevesse a dizer mal!

Até que apareceu uma ocasião inesperada que posso dizer, mudou a minha vida em relação ao Grupo de Santarém: foi quando o Carlos Grave me convidou para madrinha! Aconteceu que estivemos juntos num casamento, em que alguém lhe falou na minha grande ligação familiar ao Grupo (quer pelo meu pai, quer pelo meu tio António Abreu) e surgiu a oportunidade de nos conhecermos melhor.

Um tempo depois, fui ver uma corrida a Setúbal onde o Bastinhas toureava os seis toiros e o Grupo pegava em solitário. O Carlos viu-me na bancada e muito gentilmente, ofereceram-me a pega efectuada pelo António Paim. Calculem como fiquei, pois não estava à espera. No ano seguinte, na tradicional corrida das ganadarias em Évora, em que o Grupo também pegava, tornaram a oferecer-me uma pega, desta vez foi o Galhé e até fui convidada para o jantar. Adorei ter ido, pois desde o tempo do meu pai e do Ricardo Rhodes Sérgio não ia ao jantares do grupo. Tive de discursar e foi um dia em cheio!

Entretanto a primeira madrinha do Grupo, a D. Maria Helena Fragoso faleceu em Novembro de 1986 e em Maio de 1987, no casamento do José Carrilho em Portalegre, quando o Grupo foi tirar a fotografia com os noivos, insistiram para eu participar também e foi nesse casamento que o Carlos Grave me convidou para eu ser a segunda madrinha do Grupo. Além da grande alegria que senti, houve também um misto de responsabilidade e tristeza, por o meu pai já não poder estar presente pois tanto ele como o Ricardo, haveriam de ficar muito felizes, pois sabiam como eu gostava do Grupo. E no dia 14 de Junho de 1987, na corrida da feira do Ribatejo, fui oficialmente declarada madrinha do Grupo. No intervalo da corrida foi descerrada uma lápide alusiva à primeira madrinha e a depois do intervalo, o Nuno Megre ofereceu-me a pega. Seguiu-se o jantar no "Vargas" onde estiveram presentes alguns forcados antigos e o Carlos apresentou-me a todos os forcados atuais.

A partir daí a minha vida mudou em relação ao Grupo, deixei de ser apenas uma aficionada de bancada para passar a ter uma relação maior e uma parte mais activa na vida do Grupo. Ganhei mais uma família, além da minha própria, e inúmeros amigos que têm preenchido a minha vida. O fazer parte do Grupo faz-me sentir mais viva, com toda a adrenalina que sinto, cada vez que assisto a uma corrida em que o Grupo actua. A vida precisa de risco para ter mais sabor e apesar dos riscos que se correm no dia a dia, nada como a emoção e a adrenalina que se vive numa praça de toiros!

Só tenho que estar agradecida por tudo o que tenho vivido com o Grupo de Santarém, pena este ano com a situação que estamos a viver, não sabermos o que o futuro nos trará, mas vamos ter fé e esperança que melhores dias virão, para que esta família se volte a encontrar de novo num ambiente de amizade e bom convívio como é apanágio do nosso Grupo.

Maria da Conceição Cabral "Bindes"

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