No passado sábado dia 26 de Setembro o Grupo atuou na sua praça e fui desafiado pelo João Grave para escrever umas palavras. O difícil neste texto é ser breve, para não maçar os leitores, pois haveria muita coisa a dizer. Foi um dia de emoções fortes. Um dia esperado e desejado por uma comunidade taurina, aficionada, patriota, Portuguesa, que devido ao covid-19, e a outro tipo de pandemias que a sociedade sofre, tem-se visto privada de vibrar e apoiar os seus ídolos taurinos. Neste dia havia várias figuras a atuar. Começando pelo nosso querido Grupo de Santarém e passando também pelo Grupo de Montemor, Antonio Ribeiro Teles, João Moura Jr., Francisco Palha, Ganaderia Murteira Grave, Ganaderia Veiga Teixeira e, não menos importante, a organização Praça Maior. À Praça Maior, como homem da terra e aficionado agradeço profundamente o que tem feito pela festa brava em Santarém e um pouco por todo o país. Afinal as boas iniciativas são contagiosas e contagiantes. Foi impressionante ver de novo a Celestino Graça cheia de gente gira e divertida e por sinal aficionada. Houve naquele dia alguma coisa que nos unia a todos e isso sentia-se nos olhos, palavras e sorrisos um pouco por toda a praça. A vontade de ver toiros, de ver amigos aficionados e de ver valentes e artistas forcados e cavaleiros. Vontade de ver toiros bravos e bem apresentados! Para mim foi um dia em cheio. Comecei por almoçar em casa do meu pai, com os meus irmãos e amigos seus. Amigos esses, que eram dois, que junto com ele somaram na sua vida mais de 230 toiros pegados pelo GFAS. Nuno Megre, Francisco Mascarenhas e Tancredo Pedroso. Olé! Tentamos evitar o tema toiros, por sabermos que este estaria presente até nos deitarmos, mas não foi possível. Para alem da forte amizade familiar o tema toiros e o tema Grupo de Santarém são dois pilares que nos unem. Foi um almoço muito divertido e com varias faenas à mistura. Uma delas um brinde conjunto com um vinho produzido pelo Cabo do Grupo (Quinta do Côtto) em tom de comemoração antecipada. Quero deixar uma palavra especial aos forcados do Grupo que atuaram, os de caras e os ajudas. O Grupo esteve à altura da responsabilidade e dos toiros. O primeiro da tarde pegado pelo António Taurino era pronto e alegre, com uma presença imponente, e o António fez uma grandíssima pega. O nosso segundo, melhor toiro da corrida na minha opinião, bravo, pronto e muito bonito, foi pegado pelo Lourenço Ribeiro. Talvez por ser bravo o toiro não permitiu uma ou outra falha e acabou por ser pegado à terceira. Ao Lourenço, um grande amigo de longa data, deixo um abraço especial pela dedicação ao GFAS e pelo grande forcado que é. Alegadamente esta terá sido a tua “ultima dança”, mas espero que repenses bem e nos alegres em 2021! O último dos nossos, Veiga Teixeira, foi pegado pelo Francisco Graciosa à primeira tentativa e de uma forma muito eficaz, aguentando bem o toiro e fechando-se com distinção. Nas três pegas os primeiros ajudas, José Fialho, Manuel Lopo Carvalho e José Miguel Carrilho, respetivamente, estiveram exímios, alias como é seu apanágio. Exímios estiveram também os três, nos discursos depois ao jantar, onde reforçaram que o Grupo é o que que sempre foi, um Grupo de amigos, que respeita e ama uma Jaqueta e onde mais velhos transmitem a mais novos o que é ser forcado do GFAS, tanto em atos como em palavras, tanto dentro da praça como fora dela. Destacaria nesta corrida um toiro burraco de Murteira Grave que demonstrou uma bravura notável, digna de voltar ao campo, a atuação do Francisco Palha a esse mesmo toiro, a atuação de Moura Jr. no seu segundo toiro, de Veiga Teixeira, bastante sério e com excelente apresentação, e, como já referi, uma pega extraordinária do António Taurino. Dá gosto, de verdade, ver pegar daquela maneira! Subtil, toureiro e com a garra exigível a um forcado de Santarém. No final, como aficionado, saí com as expectativas muito satisfeitas. Ambiente notável, muitos amigos e aficionados que há muito não via, atuações a cavalo de se tirar o tricórnio, pegas alegres e importantes e toiros, todos eles, muito bem apresentados e com nota positiva. O dia terminou, como dita a história, com um jantar no Oh Vargas. Parabéns ao Manuel Vargas por continuar a receber o Grupo sempre com tanta amizade e dedicação. Jantar muito animado com boa disposição, conversa agradável e musicas de apoio a diversos forcados. Destaco do jantar, também, discursos sentidos e marcantes de alguns forcados mais antigos, como o Gonçalo Cunha Ferreira, Jana Grave, Diogo Durão, Francisco Empis e Ricardo Cabaço. Fechamos a noite como não podia deixar de ser, com o discurso do João Grave. Parabéns João, a ti e ao Grupo, pelo dia, pela corrida, pela excelente atuação em praça e pelo fantástico ambiente no jantar. Pelo Grupo de Santarém venha vinho! Tancredo Pedroso |